Na terceira parte da minha viagem pela Tasmânia segui de St. Helens em direção ao sul para percorrer o litoral leste da ilha. Um verdadeiro presente da natureza! Um lugar fantástico, com povo hospitaleiro e uma semana toda de tempo bom e muito sol. É verdade que ocasionalmente choveu, mas não o bastante para atrapalhar.
Entre muitas curvas e ondulações, montanhas e vales, a costa leste da ilha é a parte predileta dos turistas que começam a chegar com a proximidade do verão. A instabilidade climática, devido a alta latitude e por estar relativamente próximo do continente Antártico, é latente nesta época do ano e o clima pode mudar em minutos. Enquanto nestes dias eu me esbaldei com temperaturas entre 12 e 22° C no litoral, nevou nas montanhas acima de 600 m de altitude.
A densidade populacional na Tasmânia é de apenas 7,24 hab/ km² e a ilha ainda ostenta forte influência rural, com fazendas de gado, ovelha e frutas como maça, pera, nectarina, damasco. A ilha é abundante em ferro, cobre, zinco e estanho que seguido pelo turismo formam a base da economia.
Muitos trechos da estrada não oferecem acostamento, o que não é nenhum drama, pois o fluxo de veículos é pequeno. O maior problema que encontrei pedalando foi com a água. Embora de excelente qualidade na maioria dos lugares, alguns vilarejos são abastecidos com água sem tratamento trazidas diretamente dos rios, e a própria população local não recomenda o seu consumo antes de ferver. Minhas caramanholas sempre foram abastecidas com água da torneira e não tive nenhum problema. O fato curioso é que 1 litro de água custa mais que 1,5 litros de suco de maça devido ao transporte… Nem precisa falar com o que me hidratei, né?!
Se você estiver procurando agitação, baladas, festas, nem pense em vir para cá. A minha impressão é que a Tasmânia é um ótimo lugar para envelhecer com saúde, segurança e tranquilidade e curtindo a natureza.