Cheguei em Deli debaixo de uma garoa fininha, que derrubou a temperatura para 35°C (cerca de 10°C), que naquela altura soava como uma maravilha. Horas antes cruzei a poluída, suja, confusa, perigosa, Grande Deli debaixo de 46°C.
Um baita mormaço! Fiz uma parada estratégica em um restaurante típico, só para ficar debaixo do ventilador. Não tive coragem de comer nada. Devorei 7 bananas que trazia comigo e tomei 3 litros de água. 2h da tarde.
Não aguentava mais ficar ali. Uma mosquitaiada de tirar o sossego! Meti o pé!
Na medida em que fui entrando em Deli, a cidade se revelou surpreendentemente organizada, com avenidas largas, semáforos respeitados, muitas praças arborizadas, monumentos e agradavelmente limpa. Estava cruzando Nova Deli, sede do governo indiano e da maioria das embaixadas. A garoa parecia abençoar a minha chegada.
Já nas proximidades do Zostel, hotel onde me hospedei, que fica muito bem localizado ao lado da estação central de trens, com ótimos preços, quartos confortáveis e equipe de trabalho super prestativos, o caos já tomava conta do pedaço. Tuk-tuk cruzando de um lado para o outro na contra-mão disputando espaço com automóveis, rikshas, pedestre, vacas, cachorros, bicicletas. Muita sujeira… e é claro um buzinaço incessante.
No entanto, com a overdose de Uttar Pradesh, tudo me parecia normal. Foi eu encostar a bike debaixo da marquise do hotel e o aguaceiro caiu! Parecei que a minha sorte estava mudando… mas não foi bem assim!
No dia seguinte fui a embaixada do Brasil buscar algumas encomendas que a Pedal Power me enviou. Corrente, cassete, luvas, capacete. Uma parte para repor as peças gastas e outra para repor o prejuízo do acidente. Aproveitei para pegar uma carta de indicação para entrar com o pedido de visto para o Paquistão. Seria meu próximo país, mas fui barrado no baile mais uma vez. No guichê da embaixada, o atendente não quis pegar meu formulário e nem a carta, pois só é permitido aplicar o visto em seu país de origem. Me disse que a única maneira de aplicar seria através de um pedido formal, via telefone, do setor consular brasileiro para o setor consular do Paquistão. Depois de muito insistir, consegui o telefone e nome do responsável. Passei para o pessoal da embaixada do Brasil e eles me disseram que o pedido foi negado. Foi estranho! Pois o atendente paquistanês foi bem claro, dizendo que bastaria alguém ligar que o processo seria encaminhado. É um procedimento de praxe e já rolou várias vezes com turistas de diversos países. A mesma ladainha do Japão!!
Sendo assim, fiz uma correria para encontrar uma caixa para colocar a bike e poder voar. Mais uma vez meu planejamento foi por água abaixo! Refiz rapidamente os planos e a solução que encontrei foi sair da Índia em um voo para o Irã, que seria o país a ser visitado depois do Paquistão. O processo é longo e complicado. Estou apreensivo já que meu visto indiano vence logo! Já bolei um plano B caso não consiga o visto em tempo.
Deli é a mais importante e a segunda maior cidade do país com aproximadamente 12 milhões de habitante. Esse número dobra se falarmos do complexo metropolitano que engloba a região. Capital de vários impérios, a cidade pode ser comparada a Roma, com ruínas e achados arqueológicos que datam de 300 a. C.. Todos os impérios deixaram suas marcas. Monumentos, palácios, templos, mercados… Atrações é que não faltam em Deli. No entanto são espalhadas e requer um certo planejamento para não desperdiçar tempo e grana.
No primeiro dia de visita fui conhecer a Mesquita Jama Masjid, a maior e mais importante do país, concluída em 1656. A entrada é grátis, paga-se apenas para entrar com máquina fotográfica e não pode entrar de bermuda. Depois fui para o Red Fort, construído no século XVII. A cor das pedras sugerem o nome do forte que é muito parecido com o forte de Agra. E no final do dia, fiz um delicioso passeio em Chandni Chowk, um dos mais velhos e movimentados mercados da cidade. Aqui, vale a pena pegar um riksha. Além de te poupar dos ataques dos vendedores que não dão sossego, eles te levam em lugares secretos que dificilmente você chegaria sozinho. É o grande diferencial do passeio que também pode ser feito a pé. Por 2,5 horas, e depois de barganhar um pouco, o preço fica entre 2 e 5 dólares. É claro que ele também vai te levar nas lojinhas para receber comissão, mas no geral são lugares agradáveis e pode interessar se não estiver viajando de bike, é claro!
No segundo dia visitei Humayun’s Tomb, erguida no século XVI pala viúva do Imperador Humaium, é o mais antigo mausoléu da dinastia mongol, sendo sua belíssima arquitetura declarada Patrimônio Mundial da Unesco. Depois visitei as ruínas e o complexo de Purana Qila, o sexto império criado pelo imperador Himaium. O passeio vale, mas não espere muito. A arquitetura é legal e tudo o mais, mas nada fora do comum.
Comecei o terceiro dia conhecendo o complexo arquitetônico de Qutub Minar, que inicialmente (1192 a. C.) alojava 27 templos hindus e jainistas, que foram destruídos e seus materiais foram usados na construção de uma mesquita muçulmana (739 a.C.), e o complexo continuou crescendo na mãos de muitos diferentes governantes, e se modificando de acordo com a religião de cada um. A história é rica, ou complicada como queiram… Vale uma pesquisa mais detalhada antes de conhecer o complexo.
Depois foi a vez de conhecer o maior templo hindu do planeta. Akshardham foi construído por 7.000 artesões e 3.000 voluntários sendo concluído em 2005. Com entrada franca, Akshardham é cercado por um forte esquema de segurança, e é estritamente proibido fotografar seu interior. Mais do que um templo tradicional, o conjunto arquitetônico abriga jardins luxuosos, exibições tecnológicas e cinema Imax, parecendo um centro de propaganda e divulgação religiosa. As paredes são ricamente esculpidas e merecem destaque especial, assim como os adornos que cercam a cúpula principal.
Deixo aqui um beijo para Cynthia, minha irmã, por estar sempre me ajudando a desenrolar o que preciso; um abraço para o pessoal da Pedal Power pelo carinho que cuidam do meu projeto; e para meu amigo Allex Ferreia, pela indicação do Zostel e por sempre estar disposto a ajudar com informações preciosíssimas! Obrigado pessoal!
Respostas de 8
Muito legais os relatos! Tamo junto! Te amo! Bjs
Legal! bj
E Tudo muito lindo. Fotos maravilhosas
Relatório bem elaborado
Parabéns e saudad
Tks! bj mãe. saudade
Isoo mesmo filho coma banana que está protegida com a casca
Que b
Comida estavam fazendo na panela de pressão ??? Era carne que estavam fazendo na bacia no chão ???? Eu vi o vídeo
Bjs te amo
Não! Aqui não é comum restaurantes servir carnes. Boa parte da população é vegetariana. Era lentilha. No chão estavam cortando cebola.
Hi Aurelio ,
nice again to hear something from you.
I hope you are OK.
I start on 08.03.2015 with my wife again for a bike tour.
The 2nd part of the Elbe cycle track.
You’ll hear from us.
Your german friend Ronny!
This is wonderful! Enjoy!
Very good know about you guys!
Give me more details! From where to where, km? Days? Whats have in the way! You made me curious! kkk
A big hug and see you soon!