A minha viagem entre a atual capital da Polônia (Varsóvia), até a antiga Cracóvia, alternou bons e maus momentos. A parte boa foram as pessoas que encontrei no caminho, o relevo relativamente plano e um leve vento a favor nos dois últimos dias. A ruim, além do céu nublado, garoa e frio, meu freio traseiro foi perdendo eficiência rapidamente, e quando cheguei a cidade, ele estava praticamente “morto”.
Conheci Cracóvia rapidamente em uma mochilão que fiz anos atrás. Chovia tanto naqueles dias que encurtei minha visita, ficando muita coisa para trás. Desta vez, tive um pouco mais de tempo, e ficando com os locais, pude sentir melhor a atmosfera da cidade.
Fundada em meados de 700, Cracóvia foi capital do país entre 1320 a 1596, e apesar do seu centro histórico ter sido destruídos em diversas guerras, em 1978 foi declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Possui aproximadamente 850 mil moradores, dos quais muitos são jovens universitários. Já foi Capital Europeia da Cultura (2000), e a enorme quantidade de turistas que recebe todos os dias, contribui para deixar suas noites bem agitadas.
O centro histórico é relativamente pequeno, com vários prédios e monumentos seculares de rara beleza. Visitar a praça do mercado, as igrejas em estilo gótico, ruelas de paralelepípedos, o bairro judeu e o Castelo Real, já poderia ser suficiente. Mas Cracóvia possui muita história! Para os religiosos, o famoso Santuário da Divina Misericórdia, onde supostamente Jesus apareceu e fez revelações para a Santa Faustina Kowalska (fato reconhecido oficialmente pela igreja católica), contribui para aumentar a quantidade de turistas. Até o lado negro da cidade, que foi capital do governo geral nazista durante a II Guera Mundial, atrai pessoas das mais diversas nacionalidade para saber e “sentir” um pouco do horror que rondou a cidade nesta faze negra da história da humanidade.
No único dia que fez sol, me enfurnei por 3 horas em um passeio guiado em uma mina de extração de sal nos arredores da cidade. É interessante, com diversas esculturas, igreja e restaurante a mais de 250 m de profundidade. O lado negativo foi que achei muito limpo e organizado para ser uma mina. O lugar recebe mais de 1 milhão de turistas por ano! Achei muito artificial…
Me hospedei na casa de Wojciech e Patrícia, um jovem e animado casal que além de hospitaleiros, me levaram para conhecer a noite da cidade. Ainda preocupado com meu freio, pois não havia encontrado bicicletaria aberta no final de semana, fui encontrar meus anfitriões em um bar. Era uma confraternização com os amigos de trabalho de Patrícia. Aí aconteceu uma feliz e incrível coincidência. Uma de suas amigas namora Arek, que é mecânico profissional de bicicleta. Bom, não precisa nem dizer que o papo rolou solto e meu mais novo amigo se candidatou para dar uma olhada no freio.
Na manhã seguinte, Robert, outro amigo que fiz via warmshowers, passou na casa do casal para me guiar até a casa de Arek, onde o freio foi reparado, e pedalar comigo um trecho até meu próximo destino, Auschwitz, o campo de concentração nazista que fica cerca de 75 km de distância.
Durante o pedal, fui me deliciando com o colorido das florestas!
Deixo aqui meus sinceros agradecimentos ao casal Wojciech e Patrícia, Arek e Robert!
4 respostas
Nada é por um acaso, não existem coincidências. O nome é sincronicidade. Beijossss
Falou pouco e bonito! Certíssimo!
bj
Só lugares lindos!!! Que a sorte continue na sua garupa sempre…!! Beijo
Tks amiga! Saudade