TEMPORADA TAILÂNDIA –
EPISÓDIO #9 –
Sempre considero o primeiro passo, como o mais importante dos meus projetos! Nada acontece se não dermos o primeiro passo, não é verdade? E foi ele que me trouxe da China para Colômbia em bicicleta. No entanto, o dia a dia me ensinou, que o primeiro passo é sempre o próximo! Depois que atingimos ou conquistamos um objetivo, desfrute, celebre, e comece a planejar suas ações em busca da próxima etapa a ser alcançada.
Saí do Brasil para pedalar 6.000 km por 6 meses entre Hong Kong e Singapura. Me sentia pleno e feliz com a viagem e ao mesmo tempo angustiado com a aproximação do término da minha empreitada pela Ásia. A passagem da Cynthia pela viagem não só foi a mais divertida, mais a mais importante até aquele momento. Nossas conversas me conduziram a entender melhor quais eram meus medos verdadeiros, e o que implicaria a decisão de seguir em frente ou retornar para casa. Temos uma proximidade muito grande, ela me conhece muito bem, e na verdade, me incentivou a seguir adiante!
Quando a Cynthia foi embora, fiquei com a sensação de que ela acendeu o pavio e deixou a bomba em minhas mãos. Novamente sozinho, enquanto seguia rumo sul, pelas tranquilas estradinhas do sul tailandês, em um calor infernal, entre florestas húmidas que pareciam me cozinhar por dentro, suando pelas tampas , fiquei trocando uma ideia com meu “inquilino”, buscando respostas que me faziam sentido. Me refiro ao inquilino como aquele cara que conversa com você mesmo, manja?
E o meu inquilino empunha o lema de que para conquistar o que se almeja, é preciso abrir mão de muitas coisas! Mas acredito também que quanto mais importantes forem essas privações, maior será a motivação para buscar e a satisfação ao alcançar o objetivo.
Juntamente com essa aventura, tem a busca pelo meu melhor!
A principal religião praticada na Tailândia é o budismo, mas é notória a presença de mulçumanos no sul do país. Isso fica evidente com os minaretes das mesquitas e as vestimenta dos locais.
Existe 30 pontos fronteiriços para cruzar entre Tailândia e Malásia. Escolhi uma das menos movimentadas, usada mais por moradores de ambos os lados do que por turistas. Isso acaba sendo uma vantagem no processo migratório. A bicicleta cheia de alforje já seria suficiente, mas é a bandeira do Brasil que chama mais atenção, e a história do Rei, os dribles do Fenômeno, os gols do Romário e a tradição da Amarelinha, costumam aliviar a truculência dos agentes.
O momento de cruzar a fronteira sempre é meio tenso! Talvez a mais tensa tenha sido entre a Jordânia e a Palestina, ali no mar morto, em Jericó. Mas essa aqui foi bem tranquila! Até fiz amizade com os agentes e ganhei um refrigerante.
Para entrar na Malásia não é necessário visto. As exigências são: passaporte brasileiro com validade de 6 meses, e vacina contra febre amarela. A permissão tem prazo de 90 dias.