Aurélio Magalhães – Da China Para Casa by Bike

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Luxor: A antiga capital do Egito

Essa é a minha segunda vez em Luxor, um lugar tão fascinante que me fez voltar e rever os traços de uma das civilizações mais desenvolvidas de todos os tempos! A antiga Capital do Império Egípcio abriga o maior museu a céu aberto do mundo! Templos, mausoléus, tesouros, arquitetura! As histórias eternizadas pelas ferramentas dos artesões, em pilares e murais, esculpem personagens, mensagens e passagens que nos permitem entender um passado glorioso, testemunhado desde então, pelo único sobrevivente da época, o Rio Nilo!

O Rio Nilo ceifa a cidade em east bank (margem oriental) e west bank (margem ocidental). O lado east, lado em que o sol nasce, era a parte ocupada pelos vivos, enquanto o lado do pôr do sol foi dedicado aos mortos. Desde aquela época o Rio Nilo dita o ritmo da cidade, tornando as terras férteis e promovendo riquezas a região.

Eu me hospedei e comecei minha visita pelo lado west, onde se encontram as tumbas, mausoléus e necrópoles. Aliás, o Hotel Al Hambra foi um dos melhores custos benefícios de toda a viagem. Estrutura simples mas confortável. Um quarto com banheiro privativo, ar condicionado e sacada sai por US$ 10. Limpo e bem localizado! Sem falar que o dono é uma simpatia! Fica a dica!

Situado entre enormes montanhas de calcário, O Vale dos Reis abriga túmulos de vários faraós. A entrada custa cerca de US$ 10, e da direito a visitar 3 das mais de 60 tumbas até hoje descobertas. Fiz questão de visitar as mesmas que visitei na primeira visita: 8  Merenptah, 34 Thutmes e 57 Horemheb. Como flash, fui lembrando de algumas imagens frações de segundos antes de realmente ver… Ahhh!! Me lembro disso e daquilo ali! Putz! Depois dessa curva tem uma escadinha e lá esta o sarcófago… o corpo talhado no seu interior… a mão…

Quase sempre escavadas, as tumbas são enormes corredores decorados com salas e anti-salas que preservam em adornos e hieróglifos a memória dos faraós e os costumes das civilizações de cada dinastia. Infelizmente não é permitido fotografar! Bom, infelizmente numas, né?! É proibido, mas os funcionários mais do que liberam, oferecem uma vista grossa por um click. Eu não pago! Aliás, qualquer favor feito por eles tem um custo extra. Uma imagem mais escondida, um lugar clássico para fotografar, um detalhe interessante… Meu amigo! Os caras pedem gorjeta até para falar bom dia! Você acaba ficando antipático, pois toda aproximação é da mesma forma e tem o mesmo fim! Olá, eu sou seu amigo bonzinho… e quero seu dinheiro! Aliás isso eu me lembro bem… continua da mesma forma que 20 anos atrás! Para piorar, com a escassez de turistas, você vira um alvo, ou melhor, um cifrão muito mais concorrido! Eu sei que isso é normal em cidades ou pontos turísticos… mas na boa, aqui é exagerado! Uma garrafa de água pode custar 10 vezes mais apenas pelo fato de eu ser turista!

O Templo Deir el-Bahari é um complexo de sepulturas e templos construído em um gigantesco penhasco que realça ainda mais sua magnitude. Com um padrão arquitetônico simples, com terraços e rampas moldado em linhas retas, o complexo repousa na solidez de suas colunas, tendo como principal atração o Djeser-Djeseru, templo dedicado a primeira faraó mulher de que se tem notícias, a Rainha Hatshepsut (século XV a.C.) que reinou por 22 anos.

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Templo de Deri el-Bahari. Luxor, Egito.

 

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Templo de Deri el Bahari. Luxor, Egito.
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Templo de Deri el-Bahari. Luxor, Egito.
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Templo de Deri el-Bahari. Luxor, Egito.
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Templo de Deri el-Bahari. Luxor, Egito.

 

Construído para celebrar a morte de Ramsés lll (reinado de 31 anos entre 1194 -1163 a.C. na XX dinastia egípcia), o Templo de Habu já abrigou o centro administrativo de Tebas, e o local é conhecido por registrar a primeira greve da história, quando os trabalhadores paralisaram as obras até receber o que lhes eram devido, descartando a hipótese de escravidão, como muitos pensavam.

Com gigantescos portais, estátuas, colunas e salões, este templo tem esculpidos em suas paredes, histórias que contam as vitórias militares de Ramsés III, oferendas, festas religiosas, cenas com arco e flecha, pesca e caça e outras que revelam detalhes daqueles tempos. No entanto, o que mais chama atenção são as gravuras retratando o tratamento aos criminosos. Ramsés III não tinha compaixão. Na primeira vez, era decepada a mão dos prisioneiros. Na segunda (puuutzzz) o pênis e na terceira a cabeça. Bonzinho né?! Talvez seria melhor pular a segunda!!!!

Ramsés III, como quase todos os faraós, trabalhou para associar sua imagem aos deuses. Ele preferiu adotar o nome de seu avô, Ramsés II, e não de seu pai, Setnakht, para seguir a doutrina de também se tornar uma lenda.

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Templo de Habu. Luxor, Egito.
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Templo de Habu. Luxor, Egito.
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Templo de Habu. Luxor, Egito.
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Templo de Habu. Luxor, Egito.
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Colosso de Memnon: Estátuas de Amenófis III consideradas as maiores esculturas do Egito.

 

Do outro lado do Nilo, soberanas, reúne-se as grandes ruínas do antigo império egípcio.

O Templo de Luxor, bem pertinho do Rio Nilo, foi engolido e sua arquitetura se funde com a cidade. Iniciado por Amenófis III na XIX Dinastia, teve sua estrutura ampliada na XIIX  Dinastia por Ramsés II e depois por Alexandre O Grande.

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Erguido em homenagem aos deuses tebanos Amon, Mut e Khonsu, o Templo abriga uma mesquita operante desde o século XIII. Sua entrada é colossal! Duas colunas de esfinges guardam a alameda até o Templo de Karnak, cerca de 3 km distantes, com duas enormes estátuas e um obelisco em frente a um paredão de pedras cujo o relevo, denuncia a ação do tempo.

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Templo de Luxor. Egito.
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Templo de Luxor. Egito.
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Templo de Luxor. Egito.

Lá dentro, estátuas, colunas, adornos e arquitetura vão resistindo ao tempo, eternizando os luxos e os hábitos, as culturas, as histórias e os mistérios dessa civilização que muito me fascina.

Cheguei no Templo de Luxor na hora mais quente do dia. O lado bom é que não havia quase nenhum turista e pude ver e sentir tudo com calma. Eu tinha 25 anos quando estive aqui pela primeira vez. Foi engraçado, ou trágico, dependendo se sou eu ou meu “inquilino” (como chamo a minha consciência), que interpreta o fato relembrado. Caminhando ao lado do Nilo, até o Templo de Karnak, fui pensando como poderia ter sido a minha vida se tivesse tomado outras decisões. Sem lamentações e arrependimentos! Não é isso! Não sei como começou a brincadeira… estava me divertindo tentando encontrar em retrospectiva, um outro caminho que me trouxesse a este momento da minha vida! Só isso! E foi legal pra caramba! Eu não encontrei é claro! Sempre os “mas” apareceram para bloquear o caminho… Mas este joguinho me fez relembrar emoções e sentimentos que me fizeram muito bem!

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Templo de Luxor. Egito.
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Templo de Luxor. Egito.
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Templo de Luxor. Egito.
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Templo de Luxor. Egito.

De tudo que eu queria rever em Luxor, o Templo de Karnak era a cereja do bolo e justamente por isso, deixei-o por último! Dedicado aos mesmos deuses do Templo de Luxor, cada faraó de diferentes dinastias, aumentou e deixou sua marca durante mais de dois mil anos, tornando-o maior complexo de templos do Egito. Iniciado em 2200 a.C., foi se expandindo até 360 a.C.,  e estima-se que mais de 80 mil trabalhadores estiveram ali durante a XIX  dinastia.

O complexo ficou debaixo das areias do deserto por mais de 1000 anos e só foi descoberto no século XVIII, sendo que os trabalhos de escavações e restaurações continuam até os dias de hoje.

É possível gastar horas lá dentro, mas priorize a Grande Sala dos Hipostilos. Preenchida por 134 gigantescas colunas de 21 metros de altura e 4 de diâmetro, é impossível não se emocionar e viajar no tempo com as inscrições e gravuras que ao mesmo tempo escondem os mistérios e revelam a história de milhares de anos atrás. As colunas são adornadas em forma de papiros, hora com os botões fechados, hora com eles abertos. Esta sala é para mim o lugar mais impressionante de Luxor.

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Templo de Karnak. Luxor, Egito.
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Templo de Karnak. Luxor, Egito.
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Templo de Karnak. Luxor, Egito.
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Templo de Karnak. Luxor, Egito.

 

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Templo de Karnak. Luxor, Egito.
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Templo de Karnak. Luxor, Egito.
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Templo de Karnak. Luxor, Egito.
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Templo de Karnak. Luxor, Egito.

Fiz questão de tirar um dia livre para perambular sem destino pela periferia da cidade e confirmar a impressão que eu vinha tendo do Egito. A primeira vista, o Egito me pareceu mais limpo e organizado do que na minha última visita. E de fato esta! Mas ao se embrenhar pelas ruelas da periferia, ainda se depara com muito lixo e falta de saneamento básico. A frota de carros se modernizou, mas as leis de trânsito me parecem as mesmas… ou seja… não existe leis e o buzinaço parece ser eterno, assim como as ruínas e o Rio Nilo!

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Centenas de embarcações paradas esperando o retorno dos turistas. Rio Nilo, Luxor. Egito.
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Loja de especiarias na periferia de Luxor. Egito.
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Periferia de Luxor. Egito.
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Vida tranquila na periferia de Luxor. Egito.
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Feira de rua em Luxor. Egito.
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Feirante em Luxor. Egito.
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Feirantes em Luxor. Egito.
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Simpatia estampada no rosto! Luxor, Egito.
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Mesquita em Luxor, Egito.
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Luxor, Egito.

Esta foi apenas uma curta visita em Luxor. A cidade tem muito mais a oferecer de acordo com seu interesse. Passeio de balão, viagens de barco, espetáculo de luzes, e uma infinidade de templos.

Na minha primeira visita ao Egito em 1997, fiz o trajeto entre Cairo e Luxor de trem. Agora, sigo o caminho oposto de bike! Estou super animado! Convido você a pegar uma carona na minha garupa e seguir comigo até as Pirâmides do Egito, as estruturas mais antigas do mundo!

 


 

A viagem ao redor do globo continua. Suba na garupa e venha comigo nesta aventura!

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