Depois de me despedir do irmão Gian Luca e da D. Lea, seguimos em uma deliciosa manhã ensolarada na companhia de Marco, que nos guiou por estradinhas secundárias até Camacchio, conhecida como a “Pequena Veneza”.
Em Camacchio, almoçamos um arroz delicioso que D. Lea preparou carinhosamente para nós, tomamos um café e nos despedimos com um forte abraço. Uma despedida emocionante tanto para mim como para Marco. Vi lágrimas nos olhos do amigo e confesso que minha vista também embaçou! Vou sentir saudade do amigo! Mas estou certo que nos encontraremos novamente em breve!
Ainda pensando em tudo que aprendi com Marco e com as lembranças dos bons momentos que passei com sua família e amigos, rapidamente chegamos em Mesola. Mesola é minúscula e não foi difícil encontrar o padre que foi super gente boa! Nos acomodou na paróquia e nos ofereceu alguns enlatados para o jantar. Fiz uma gororoba com feijão, atum e tomates e uns temperinhos… Ficou bom pra burro!
No outro dia foi aniversário de Jordi. A ideia foi fazer um pedal tranquilo para comemorar. Optamos por atravessar algumas ilhas até chegar em Veneza ao invés de seguir pelo caminho tradicional. Da simpática Chioggia, onde nos abastecemos com pão, queijos, presuntos, salames, azeitonas, vinho e outras coisinhas mais, seguimos para a ilha de Palestrina. Na travessia conhecemos duas cicloturistas alemãs que digamos, deixou nossa festinha um pouco mais animada! kkk. Jéssica e Laura estavam no seu último dia de tour e também tinham algo para festejar. De noite, pegariam o trem para Munique.
Depois do lanche, no despedimos das amigas e seguimos em um delicioso pedal através da ilha , até o ponto para tomar uma nova balsa para a Ilha de Lido. Como o lanche foi mais demorado do que esperávamos, praticamente cortamos Lido sem parar. Mas não adiantou… o pneu de Jordi começou esvaziar e por poucos minutos perdemos a balsa até Veneza, nossa última travessia do dia. Jordi teve tempo de reparar o pneu e por incrível que pareça, encontramos mais duas cicloturistas alemãs. Como Laura e Jessica, elas também pegariam o trem noturno para Munique. Foi um encontro legal… mas tão rápido que os seus nomes se perderam na memória…
De certa forma o atraso foi bom! Conhecemos as alemãs e pudemos desfrutar de um belo pôr do sol em Veneza.
Na balsa, notei que o pneu de Jordi havia abaixado novamente. Como já estava escurecendo, ele optou por não reparar o furo e ir enchendo o pneu toda vez que sentisse necessidade. Ainda tínhamos 11 km de pedal até Mestre, na parte continental da Itália, onde passaríamos a noite. Ouvimos o conselho das alemãs e atravessamos a movimentada ponte que liga Veneza ao continente pela passarela, que fica no sentido de quem chega na ilha, ou seja, no sentido oposto que seguíamos. Quando a ponte terminou nos vimos sem saída, pois não havia como continuar. Decidimos seguir pela beirada da pista, em uma pequena picada, com o guardrail (cerca de proteção) entre nós e a estrada. Chegou um ponto que não deu mais! Eu estava bravo por estar naquele lugar cheio de mosquitos e muito perigoso e já de noite. Em uma manobra que exigiu força, levantamos as bikes por cima da grade. A do Jordi foi fácil. A minha escorregou e o câmbio traseiro bateu com tudo. A gancheira, parte que conecta o câmbio traseiro na bicicleta entortou levemente e perdi as passagens de marcha. Fiquei ainda mais puto! Atravessamos a estrada, entramos em mais uma picada e finalmente conseguimos alcançar o lado certo da pista. Mas ainda tinha um tantão para pedalar na estrada movimentada e escura. Em uma pequena subida para cruzar uma ponte, Jordi se assustou com um trem urbano e ao me ultrapassar, seu pneu entrou no buraco do trilho e o desequilibrou. Um tombo bobo que rendeu um ralado no braço e no joelho aumentando ainda mais o nervosismo.
Jordi chegou no albergue empurrando a bike e nós dois com um “bico” deste tamanho! Depois do banho, já mais calmos, resolvemos dar sequência as comemorações dos seus 36 anos e fomos comer uma pizza.
Na manhã seguinte, fomos a uma bicicletaria onde pude dar um jeito na gancheira e no câmbio e Jordi repor a câmara de ar, antes de visitamos Veneza.
A cidade de Veneza é composta por um arquipélago com 117 ilhotas, separadas por pequenos canais usados por todos os tipos de embarcações que substituem os carros, e conectadas por inúmeras pontes, onde turistas do mundo inteiro se encantam com a arquitetura e as obras de arte espalhadas pelos palácios, largos, praças e ruelas, num ambiente que mescla romantismo, mistérios, agitação.
Com mais de 1000 anos, a cidade ostenta um legado histórico cultural ímpar, sendo uma das cidades mais visitadas do mundo. O bacalhau, o arroz ou pasta com tinta de lulas, os peixes e frutos do mar em geral, são as melhores opções da gastronomia local.
Mais uma vez, recomendo um bom guia de viagens para melhor explorar a cidade. Para os cicloturistas fica o alerta de que as bicicletas são proibidas em Veneza. A melhor opção é buscar uma acomodação na Ilha de Lido ou em Mestre, e visitar a cidade a pé ou de barco. Eu optei por Mestre devido aos preços. Já Lido é uma ótima opção se estiver viajando em casal.
Respostas de 4
hehe, este é o Aurélio que conheço, muda de cidade, país, mas a cara de puto é a mesma rsrsrs. Consegui sentir sua contrariedade kkkk! beijooooosss!!!
Que é isso Sueli.. Aurélinho paz e amor! kkk
TATO não pode perder as estribeiras pois sua viagem é longa e é preciso paciência …As coisas acontecem para serem lembradas no futuro bjs
Tô tranquilo mãe! Fica fria! kkk