TEMPORADA NOVA ZELÂNDIA –
EPISÓDIO #1 –
Christchurch é a maior cidade da Ilha sul da Nova Zelândia com aproximadamente 400 mil habitantes, muito conhecida por brasileiros que vão estudar por lá. Conhecida com a “Cidade Jardim”, Christchurch é organizada, limpa, segura e até charmosa, com uma arquitetura neogótica bastante interessante que interage com os inúmeros parques da cidade.
Em 2010 um terremoto de 7.1 grau na escala Richter causou sérios danos a cidade cujo as cicatrizes ainda são expostas em alguns prédios no centro. Incrivelmente plana, a cidade oferece ótimo sistema ciclo viário, tornando a bicicleta um dos mais populares meios de transportes utilizados pelos moradores da região, que são conhecidos como Cantabrians.
Nos arredores o panorama muda. Altas montanhas cercam a cidade tornando a região um paraíso para os amantes de esportes outdoor. O clima frio e chuvoso foi uma constante no período que fiquei por lá, e as chuvas de granizo recorrentes, me deixou bastante assustado.
Fiquei hospedado na casa de Edward Richkoch, membro do Warmshowers, que me tratou muito bem. Edward juntamente com sua esposa, fazem viagens pela região sempre que possível. Amante do cicloturismo, Richkoch me deu dicas valiosas para viajar de bicicleta na Nova Zelândia.
Ao deixar Christchurch, peguei a Estrada Estadual 1 em direção ao sul, em um relevo bastante gentil, alternando longos trechos planos e ondulações suaves. O tempo firmou e a pedalada rendeu!
Em Waimate, um pacata cidade de pouco mais de 7000 habitantes encontrei John e Glenda, que também são membros do Warmshowers. Um casal simpático que além de me oferecer um quarto confortável, me proporcionou uma experiência incrível com um dos produtos mais valiosos da Nova Zelândia, o leite. Ao saber que meu projeto tem um viés gastronômico, me convidaram para participar da produção de um delicioso queijo caseiro. Bem cedo fomos a ordenha, trouxemos o leite pra casa e com mãos mágicas, minha anfitriã transformou aquele robusto líquido de sabor adocicado em um delicioso queijo mozarela, que foi apreciado de várias formas, para o meu deleite….
John, que é o motorista voluntário da única ambulância da região, ao saber da minha paixão por pescaria, me fez pular as 5 da manhã para uma frustrada pescaria. Ficamos cerca de 3 horas no vento gelado da manhã e voltamos pra casa sem sentir ao menos uma fisgada… Pelo menos, o visual do amanhecer no país mais oriental do planeta, compensou…
Aquele relevo tranquilo que mencionei no início do vídeo ficou para trás assim que comecei a cruzar o pais. No interior, as altas montanhas prevalecem. O Danseys Pass com 910 m de altura, associado aos fortes ventos e a estrada de rípio, exigiram bastante do preparo físico.
Cheguei na casa de Ewan e Anne, depois da 9 da noite com frio e molhado e com um soluço ininterrupto, causando em meus anfitriões uma espécie de preocupação e risos ao mesmo tempo. No outro dia, o casal me apresentou ao Curling, um esporte olímpico praticado em uma pista de gelo cuja o objetivo é lançar pedras de granito o mais próximo possível do alvo, utilizando para isso, a ajuda de varredores. Praticamente inexistente no Brasil, foi criado pelos escoceses no século XVI, e hoje tem os canadenses como os principais adeptos do esporte.