TEMPORADA COREIA DO SUL –
EPISÓDIO #1 –
Dificuldade de comunicação, imprevistos, informações erradas e conflitantes. Existe um outro lado de uma grande viagem de bike que geralmente não é comentado, mas que faz parte do dia-a-dia, e exige muito trabalho, atenção, paciência e muita perspicácia.
Eu não estou falando de escolher e equipar a bicicleta, montar roteiros, comprar equipamentos e roupas apropriadas, organização dos alforjes e etc. Para tudo isso existe até manual. Veja o que aconteceu comigo na Coréia do Sul. E se alguém souber de um manual para esses imprevistos, por favor, me avise!
Eu já ligo o radar antes mesmo de descer do avião toda vez que chego em um novo país. Ainda mais quando se trata de um país como a Coreia do Sul, com um alfabeto totalmente diferente do nosso. Para mim, aqueles risquinhos chamados ideogramas parecem chinês (risos).
Tudo certo dentro do aeroporto. Passei pela imigração, encontrei minha bagagem com facilidade e lá vou eu para o lado de fora do aeroporto. É bom lembrar que brasileiros não precisam de vistos para visitar a Coreia do Sul. Basta um passaporte válido por pelo menos 6 meses e a passagem de saída, que você terá a permissão de permanência por 90 dias.
Modernidade, tradição, boa comida e muito frio! Assim começou minha visita pelo 11° país do Projeto Da China Para Casa By Bike. Minha viagem pela Coréia do Sul começa pela capita Seul, o centro de um aglomerado de 25,6 milhões de pessoas, o segundo maior de toda Ásia.
Me hospedei no bairro de Myeong-dong, coração e um dos principais centros culturais e financeiros do país, que me fez lembrar a região central de São Paulo, com calçadões, prédios altos, lojas e muitos ambulantes.
Conhecida como a capital do celular, Seul é considerada a cidade mais plugada do planeta e o maior laboratório global da web com 90% da população conectada à internet. A modernidade e agitação tecnológica, com outdoors eletrônicos, o trânsito carregado, e muita gente apressada nas ruas, contrastam com a tradição e a tranquilidade dos Palácios históricos, praças e monumentos espalhados pela cidade.
Os principais palácios da capital são o Gyeongbok-gung, Deoksu-gung, Changdeok-gung, e o Changgyeong-gung, todos com uma arquitetura muito similar. O combo para conhecer os 4 Palácios custa cerca de US$ 9.
A Torre de Seul é um dos lugares mais visitados da capital. Conhecida como Namsan Tower, com 237 metros de altura, oferece vista de 360° da cidade e a subida pode ser feita de teleférico ou caminhando.
A gastronomia da Coréia do Sul é muito variada e quase tudo é apimentado. A base é sempre arroz ou noodls complementados com muita verdura, peixes, frutos do mar, carne de porco, frango e vaca e também o tofu. A marca registrada dos pratos coreanos sãos os banchans, que são os muitos acompanhamentos servidos com o prato principal. Os pratos mais tradicionais são o Bulgogi: carne marinada com shoyo, alho e semente de gergilim, servido com verduras; o Galbi ou Kalbi: uma espécie de churrasco picante de costela de porco ou vaca; e o bibimbap: que é uma mistura de arroz, vegetais e carne misturados e preparados em uma tigela.
A minha ideia é seguir pedalando até Busan, e depois conhecer a ilha de Jeju. A temperatura por aqui está perto ou abaixo de 0°C, e já choveu, fez sol e ficou nublado. Nos próximos episódios vou falar da boa hospitalidade local, da incrível estrutura do sistema cicloviário que fez da Coreia do Sul um dos meus países prediletos quando se fala em viajar de bicicleta, de como encontrei a solução para enfrentar as noites geladas do inverno sul coreano e muito mais! Nos vemos quinta feira que vem!