TEMPORADA TURQUIA –
EPISÓDIO #1 –
Em uma escala que criei para avaliar a hospitalidade dos países que visitei, a Turquia está entre os melhores do ranking. Desde o momento em que cruzamos a fronteira, recebemos demonstrações de solidariedade e hospitalidade. Seja através do chai, (a bebida mais popular do país), de um salgadinhos, ou até um lugar para passar a noite, os turcos não perdem a oportunidade de demonstrar que aventureiros como nós, somos muito bem vindos.
Nas paradas, várias vezes tivemos que tomar 3 ou 4 copos de chai antes de conseguir partir. O chai faz parte da cultura do país assim como o nosso cafezinho.
No primeiro dia, um casal nos parou perguntando se precisávamos de ajuda. Tudo através de mímicas ou palavras isoladas em inglês. Quando revelamos a nossa intenção de acampar no parque, rapidamente ligaram para alguém que falava inglês. Explicamos melhor o que buscávamos e não demorou 5 minutos, veio até nós um funcionário do parque, todo sorridente, e nos guiou até o local que poderíamos acampar.
Quando deixávamos a cidade, o mesmo homem que agilizou a nossa pernoite, nos convidou para tomar um chai. Aceitamos o convite. Afinal, é assim que nos infiltramos na cultura local. Ele nos levou a uma casa de chai tradicional onde os amigos se encontram. Um lugar onde a rotatividade de pessoas é grande. Tem sempre alguém chegando… e cada um que chegava nos oferecia um copo da bebida, um salgadinho quentinho, um refrigerante. Só conseguimos sair da cidade depois das 14h.
Quando chegamos em Gelibolu, no final da tarde de um dia chuvoso e frio, paramos em mais uma casa de chá, bem ao lado do porto onde pegaríamos a balsa para Cardak. Vi que o tempo não mudaria nos próximos dois dias e foi fácil convencer meus amigos que ficar na cidade até o tempo melhorar seria a melhor opção. Com isso, nosso desafio passou a ser um lugar para passar as noites. Conseguimos achar uma cobertura na parte de trás de um museu de tratores. Dormimos as 3 noites ali, e pela manhã, sempre as 10, aparecia o funcionário do museu com 3 pães e 3 xícaras de chá.
Em Guvemalani, enquanto chovia, buscamos abrigo em um café. Neste pequeno intervalo, entre risadas, mímicas e mais chai, Eric, Marc e eu, conseguimos cativar não só os clientes, mas também o dono do café que acabou nos convidando para passar a noite dentro do estabelecimento. Deixou a chave conosco, e de quebra encheu a lareira de lenha que nos aqueceu a noite toda.
Para completar, já em Istambul, fomos muito bem recebidos por Oz Gun, membro do warmshowers. Hospitaleira, como manda a tradição turca, Oz Gun nos hospedando por 20 dias, e acabou virando uma grande amiga.
Em 2015 Istambul recebeu cerca de 12,5 milhões de visitantes, tornando-se o 5° destino mais visitada do mundo. É claro que a ameaça terrorista derrubou esses números, mesmo assim, ainda se vê muitos visitantes lotando as mesquitas, os mercados, o centro histórico e fazendo passeio de barco pelo Estreito de Bósforo. Estrategicamente localizada com um ”pé” na Ásia e outro na Europa, Istambul possui uma cozinha incrivelmente diversificada. É fácil ser hipnotizado pela riqueza das cores e promessas de sabores da cozinha turca. Istambul possui diversos bares tradicionais que são famosos pela dupla café e tabaco. O café é bastante forte e servido sem coar, enquanto o tabaco é aromatizado e fumado no narguilé.
Conhecido como Haman, as casas de banho turco também é uma tradição no país. Uma sauna a vapor com espaço para relaxar, que oferece massagem, banho de espuma, barbeiro e camas e muitas outras facilidades para você ficar limpinho e renovado..
A Ilha de Adalar foi o último lugar que visitamos na região. Ela faz parte de um arquipélago de 9 ilhas no Mar de Mármara. Apelidado de Ilhas dos Príncipes, situa-se à 2 horas de barco de Istambul. A ilha é um ótimo lugar para fazer um passeio de charrete, tomar um sorvete ou simplesmente curtir os visuais.