Todos os anos, no final do outono no Hemisfério Norte, quando o gelo começa a tomar conta dos mares do Ártico, os bacalhaus Gadus Morhua adultos, em idade de procriação migram em direção a um único destino – o Arquipélago de Lofoten, na região Noroeste do Mar da Noruega. Ali, a natureza, talvez por capricho, faz acontecer a maior anomalia térmica planetária em relação à latitude e, mesmo a um grau acima do Círculo Polar Ártico, acontece um clima ameno, muito diferente de outros locais com o mesmo paralelos no Globo, como o Alaska e a Groenlândia.
O “milagre” do clima das Lofoten se dá pela Corrente do Golfo (Gulf Stream), uma gigantesca e potente circulação de água quente que se desloca rapidamente por milhares de quilômetros, indo do Golfo do México, zona do Equador, em direção ao Pólo Norte, transportando o calor para toda a Europa ocidental. Chegando ao Mar da Noruega, a água da Corrente do Golfo, mais quente e mais salgada, encontra as águas frias e menos salgadas vindas do pólo; sendo mais densa devido à sua maior salinidade, ela desce em direção às profundezas do oceano e é em busca dela que os bacalhaus rumam para o arquipélago.
Por mais de 1000 anos, as ilhas têm sido um grande centro pesqueiro de bacalhau, particularmente no inverno, quando a chegada dos primeiros cardumes ao arquipélago, em meados de dezembro, é aguardada com ansiedade e festejada por toda a população local que chega a quintuplicar com a vinda de pescadores profissionais e amadores.
3 respostas
Aurélio, tá muito legal o blog. Leio sempre. Estamos e estaremos juntos com você na aventura…mesmo à distância.
Grande abraço!
Valeu meu Doutor!!!
Abrc.
Já ficamos sabendo do queijo. Agora o Bacalhau. Com todos aqueles vinhos europeus. Estou começando a ficar com vontade de conhecer a noruega!!!! abraço