Estou impressionado com a hospitalidade e solidariedade dos coreanos. A cada dia uma surpresa diferente e já posso afirmar que seu povo é o que o país tem de melhor!
Ainda em Seul conheci Jinwon Choi. Ele abriu mão do sábado com a família para me dar apoio em busca de uma bicicletaria, me levou para jantar e ainda me apresentou o Jjimjilbag, o tal SPA, super apreciado pelos coreanos. Tivemos tempo de bater um longo papo! Daqueles de amigo de longa data, sabe como é?! Parecia que nos conhecíamos a muito tempo, e com certeza fizemos uma amizade para sempre.
Depois foi a vez de encontrar no final do meu primeiro dia de pedal na Coréia do Sul três garotos que me ajudaram a encontrar um Jjimjilbang. Nos encontramos na ciclovia e curiosos ao ver minha bicicleta super carregada começamos a conversar. Com um plano modesto de viajar por um dia até Yangpyonggun, lugar onde nos encontramos, os garotos ficaram empolgados com a minha história. Era domingo e o único Jjimjilbang da cidade estava fechado. Determinados em não me deixar na mão, fomos em duas igrejas que negaram a investida de me dar abrigo. Embora muito cansados, não mediram esforços em me guiar até a cidade vizinha e só se deram por satisfeito depois que a recepcionista do Jjimjilbang arrumou um lugar seguro para minha bicicleta e alforjes. Eles realmente estavam bem cansados, pois um deles não conseguiu acompanhar o nosso ritmo em uma subida e ficou aguardando seus amigos voltarem. Ficamos apenas uma hora juntos. Infelizmente não consegui gravar os nomes. Mas pela feição dos garotos acho que eles ficaram tão felizes quanto eu!
No segundo dia de pedal encontrei 5 amigos na ciclovia. Quatro rapazes e uma garota que era a única que falava um pouco de inglês. Mesmo muito mais rápidos do que eu, pois viajavam apenas com uma pequena mochila nas costas, faziam questão de me esperar a cada bifurcação, mesmo eu mostrando meu GPS. Simpáticos e sorridentes, mas sobre tudo curiosos, me pagaram o almoço e pedalamos juntos até que um deles começou a sentir o joelho. Expliquei a minha pressa, pois tinha que encontrar Kim, membro do warm showers, e segui em frente, pois já estava bem atrasado e Kim me esperava em um ponto da estrada exposto ao frio. Foi uma despedida rápida, e não lembramos de trocar os telefones. Deixei o meu cartão em um centro de certificado da ciclovia, passagem obrigatória para colher um carimbo no passaporte, que totalmente carimbado, dá direito a um certificado e uma medalha de conclusão, e fiquei torcendo para eles encontrarem. Dois dias depois me ligaram. Pelo que entendi, um outro grupo achou o meu cartão e coincidentemente se encontraram em um Jjimjilbang. Vou saber detalhes desta história daqui uns dias, pois prometemos de nos reencontrar em Busan.
A minha primeira experiência com warm showers por aqui foi sensacional!
Kim Jun Young pedalou 11.000 km pelos EUA e 10 países da Europa, e fez de tudo para retribuir o carinho que recebeu por lá. Eu fui seu primeiro hóspede do warm showers e só posso dizer que estou muito agradecido pelo carinho que recebi dele e de seus pais. Dedicado em querer ajudar de todas as formas, não poupou esforços para buscar informações, me deu dicas valiosas e conseguiu depois de muito trabalho, desenhar a rota até Busan em meu GPS. Me levou para um city tour na região, e me apresentou deliciosos pratos típicos. O Sr. e a Sra. Kim, pareciam viver dentro de casa as histórias do filho durante sua dura jornada. Simpáticos, hospitaleiros e com um sorriso que deixava claro a felicidade em retribuir o carinho que o filho recebeu do outro lado do mundo. A casa dos Kims foi mais um daqueles lugares que eu fui embora querendo ficar mais.
Depois foi a vez de encontrar um trio de garotos coreanos, Jaekang, Keanha e Minbum, que também estão pedalando até Busan. Nos encontramos já perto de anoitecer e pedalamos no escuro por quase 20 km em busca de um Jjimjilbag. Nessa altura já havíamos pedalados perto de 100 km e o frio de – 3 ° C castigava bastante. Já perto do Jjimjilbang, decidimos comer em um restaurantes, aliviados com a proximidade do nosso destino. Jantamos e mesmo com dificuldade em nos comunicar, já que não falam muito bem inglês, conseguimos bater um bom papo e saber o que cada um faz. Aquele papo trivial que sempre rola no primeiro encontro. Quando chegamos ao Jjimjilbang foi como um balde de aguá fria receber a notícia de que ele fechava ás 23h. Já era 22h. Além de voltar a pedalar no frio com o corpo já frio novamente, eu sabia que teríamos de pedalar mais 28 km para encontrar o próximo Jjimjilbang, caso contrário teria que gastar uma boa grana em um dos hotéis de luxo da cidade. Enquanto eu buscava um lugar barato nos aplicativos Hoteis.com e Bookung.com sem sucesso no meu celular, meus amigos conversavam entre eles e faziam o mesmo. Minutos depois, acharam um hotelzinho e me convidaram para dividir um quarto US$ 5 mais caro que o Jjimjilbang a apenas 1.5 km. Um achado!
Respostas de 2
Muito legal!!!
Super!!!