TEMPORADA NOVA ZELÂNDIA –
EPISÓDIO #3 –
A aventura de fazer rafiting no Rio Shotover começa mesmo antes de colocar os bote na água… no caminho até o ponto de inicio, descemos por uma perigosa estradinha estreita na beira de um desfiladeiro íngreme, que deixou minha filha Ana Laura no mínimo apreensiva. O ônibus parece que vai despencar a qualquer momento…
Depois de de uma rápida explicação em terra, recebemos as principais instruções de manejo já dentro da embarcação, com uma guia competente e muito bem humorada que tratou de elevar a moral do grupo durante todo o trajeto.
O Rio Shotover está localizado na região de Otago, na Ilha do Sul da Nova Zelândia. Com 75 km de extensão, o rio de águas gélidas possui um curso rápido, com inúmeras corredeiras que cortam o Skippers Canyon, para desaguar no rio Kawarau, a leste de Queenstown. Se tratando de rios comercialmente navegáveis, ele recebe uma escala entre 3 a 5, dependendo do nível da água. Choveu consideravelmente nos dias anteriores a nossa descida, o que deixou as corredeiras ainda mais agitadas. As águas são tão frias que vez ou outra o rio congela, por isso fomos equipados com roupas especiais.
No passado, a mineração fez do Rio Shotover um dos rios mais ricos em ouro do mundo. Em 1862, quando o ouro foi descoberto, o rio foi garimpado, drenado e dragado. Hoje, os pequenos caçadores de ouro ainda trabalham no rio, mas ele se tornou mais popular devido ao turismo. O número de pessoas que praticam o rafting todos os dias impressiona.
O Túnel Oxenbridge é o ponto alto da aventura. Com 170 metros de extensão, e na completa escuridão, é o trecho mais tenso do rio, que de quebra, desemboca na maior queda do curso… Para o meu desespero, nosso bote virou e por segundos perdi a Ana Laura… só consegui voltar a calma quando percebi que ela estava segura…