TEMPORADA NOVA ZELÂNDIA –
EPISÓDIO #10 –
Depois de deixar o Camping Vinager Hill, que você pode conferir no episódio anterior, Jordi e eu tivemos um dia sem muitas novidade, com vistas um tanto quanto desinteressantes. A paisagem começou a mudar quando nos aproximamos de Waiouru, e de repente apareceu em nossa frente o pico nevado do Monte Ruapehu para salvar o dia. Waiouru é uma das portas de entrada para conhecer o Tongariro National Park.
O Tongariro National Park foi fundado em 1894 e é o mais antigo parque nacional do país. Declarado Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco em 1990, o parque tem como principais atrações os Montes Ruapehu e Ngauruhoe com 2.797 e 2.291 m de altitude respectivamente. Com forte significado religioso e cultural para o povo Maori (povo nativo da Nova Zelândia), as montanhas simbolizam as ligações espirituais entre seu povo e o meio ambiente. A melhor maneira de visitar o parque é caminhando, já que é possível fazer um trekking e conhecer de perto seus vulcões e lagos.
Acampamos alguns quilômetros depois de Waiouru em uma floresta de pinheiros, e pela manhã enfrentamos forte vento contra e uma longa escalada de 1.074 m. Tudo bem que o sol forte e o fato de ladear as montanhas amenizaram bastante o sofrimento. Ótima desculpa para parar, descansar e fazer umas fotos…
Depois que alcançamos o pico foi só alegria na descida…
Outra atração da ilha norte é o Lago Taupo e o Rio Waikato. O lago é gigantesco, e dele brota o rio que é maravilhoso. Percorremos uma trilha de 7 km em sua margem. A trilha é para mountain bike, não para quem viaja pesado como eu. O resultado disso foi mais uma presilha de fixação do bagageiro dianteiro quebrada. Eu sabia do risco, pois já havia quebrado outras vezes. Nas trilhas a bike trepida muito! O reparo foi rápido, já que sempre carrego comigo peça de reposição.
No final do dia a missão é achar um local para acampar… já havíamos pedalado 20 km a mais que o proposto para o dia e não achávamos um lugarzinho se quer… no duro mesmo! O dia já ia embora, o sol que coloriu as nuvens de tons lilás-alaranjado já havia sumido no horizonte. O jeito foi bater na porta de uma fazenda… e mais uma vez fomos agraciado com um lugar para dormir… Um tanto quanto inusitado e um pouco fedido, mas naquela altura do campeonato, nos serviu como uma luva! Passamos a noite protegidos em um celeiro de tosa de ovelhas…
Depois de conhecer o Kerosene Creek, um rio termal que corta a região, fui com minha família visitar as mais famosas cavernas da Nova Zelândia, a Waitomo Caves.
Formadas a mais de 30 milhões de anos, esse conjunto de mais de 300 cavernas de origem cárstica, abrange mais de 40 km de extensão e é um dos principais pontos turísticos da região de Waikato.
A principal atração da Caverna de Waitomo é um morador chamado Glowwoms, um inseto bioluminescente, nativo e só encontrados aqui, que em sua fase larval, emite uma luz brilhante para atrair suas presas na escuridão. São milhares de insetos que fazem do teto das cavernas um espetáculo que lembra o céu mais estrelado do mundo! É um espetáculo maravilhoso e único! Para os mais fantasiosos, pode até parecer obra de ficção científica, já que as larvas criam um sistemas de armadilhas tecendo fios pegajosos luminescentes que atraem e aprisionam pequenos insetos antes de devorá-los. O fato curioso é que os indivíduos adultos vivem poucos dias. Tanto os machos como as fêmeas brilham, mas não tanto como as larvas. O único objetivo da bioluminescência nos adultos é o acasalamento..